Depois volto
23:21
“Vou comprar cigarros, depois volto.”
Passaram exactamente sete anos após teres pronunciado esta
frase. Nunca mais te vi desde então. Lembro-me exactamente desse dia, foi em
Dezembro, estávamos perto da época natalícia, acordamos com uma manhã chuvosa típica
de um inverno frio, apresei-me a sair da cama e a vestir uma camisola de malha
grossa. Ainda despenteada dirigi-me a cozinha, estava a preparar café e
torradas, passados uns dez minutos apareces-te tu, com um ar ainda ensonado. Tomamos
o pequeno almoço juntos como era habitual, e logo a seguir foste acender a
lareira, pois porque eu nunca tive muito jeito para tal proeza.
Durante o resto do dia fizemos a nossa típica rotina, eu
sentada na minha antiga secretaria a escrever e tu a ler aquele livro que tanto
gostas, como se chamava.. Ah já me recordo "Agulha em Palheiro",como tu adoravas lê-lo.
Mas eis que
chegou perto das oito horas da noite, e tu decidis-te que tinhas de ir comprar cigarros,
e foi o que fizeste. Foste em direcção do nosso quarto, onde me encontrava, e
disseste-me que ias comprar cigarros. Não achei estranho e apenas te disse para
ires agasalhado. E nessa noite eu esperei, esperei e voltei a esperar.
Até perceber que não ias voltar. Decidis-te partir e o porque de ser desta forma ainda me é desconhecida, mas passado estes sete anos, ainda espero que o telefone toque e me digas algo em concreto. Mas é em vão. Embora nunca mais nos tenhamos voltado a contactar, eu sei que estas bem e que voltas-te para casa, para te ser sincera Londres nunca foi muito o teu género. E após este tempo, o amor que sentia desvaneceu, tornou-se cinzas que foram levadas pelo vento e como autodidacta que sou, aprendi com isso.
Até perceber que não ias voltar. Decidis-te partir e o porque de ser desta forma ainda me é desconhecida, mas passado estes sete anos, ainda espero que o telefone toque e me digas algo em concreto. Mas é em vão. Embora nunca mais nos tenhamos voltado a contactar, eu sei que estas bem e que voltas-te para casa, para te ser sincera Londres nunca foi muito o teu género. E após este tempo, o amor que sentia desvaneceu, tornou-se cinzas que foram levadas pelo vento e como autodidacta que sou, aprendi com isso.
E hoje aqui estou eu, a escrever
isto, e decerto que tu estarás sentado numa poltrona a ler aquele livro que
tanto amas.
Foi apenas uma compra de cigarros e uma espera de sete anos.
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